O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno mental que se manifesta em crianças e, quase sempre, afeta a vida adulta.
O transtorno atrapalha o desempenho escolar, profissional e o convívio social.
O TDAH, ou Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, é um transtorno neurobiológico, relacionado a diferenças na atividade cerebral e na regulação de neurotransmissores, como a dopamina e a noradrenalina.
Ou seja, um desequilíbrio químico na comunicação entre os neurônios cerebrais.
Essas diferenças afetam significativamente a capacidade de concentração e geram um comportamento hiperativo e impulsivo.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a prevalência de TDAH em crianças e adolescentes varia entre 3 e 8%, dependendo do sistema de classificação utilizado.
No Brasil, os números são semelhantes, com prevalência de 7,6% em crianças e adolescentes com idade entre 6 e 17 anos; 5,2% pessoas na faixa etária de 18 a 44 anos; e 6,1% em maiores de 44 anos.
Portanto, é um problema muito mais comum do que se imaginava alguns anos atrás e que não pode ser confundido com traço de personalidade.
Ao invés de rotular alguém, especialmente uma criança, é importante buscar ajuda especializada para avaliar se não se trata de um caso de TDAH.
A origem do TDAH é genética, uma disfunção que prejudica a transmissão de informação entre os neurônios no cérebro, provocando desatenção, inquietude e impulsividade.
Fatores como tabagismo e consumo de bebida alcóolica na gestação, sofrimento fetal durante o parto e exposição a chumbo também podem contribuir para o agravamento do transtorno.
Quanto mais precoce o diagnóstico, melhor o resultado obtido com os diversos recursos terapêuticos que ajudam a controlar os sintomas.
As dificuldades enfrentadas pelas pessoas com TDAH podem demorar a ser percebidas na infância, mas ficam mais evidentes conforme aumentam as responsabilidades e a necessidade de prestar atenção, por exemplo quando a criança começa a ser alfabetizada.
Infelizmente não é raro receber o diagnóstico tardiamente, só na adolescência ou até na vida adulta.
Pais e professores devem ficar atentos quando o comportamento da criança destoa das demais.
A baixa autoestima, a incapacidade de resolver problemas triviais, de se concentrar numa tarefa e uma inquietação permanente são algumas características que podem estar associadas ao TDAH.
Pessoas com o transtorno também podem ter dificuldades de fala e escrita dependendo do grau de TDAH.
O diagnóstico é clínico, o especialista verifica se a criança enxerga, ouve e dorme bem; analisa minuciosamente o histórico médico; avalia as informações sobre o comportamento em casa e na escola e também pode realizar testes neuropsicológicos.
O neurologista desempenha um papel importante na diferenciação do TDAH de outras condições neuropsiquiátricas que podem apresentar sintomas parecidos como depressão, transtornos do espectro do autismo ou de ansiedade.
É possível que um mesmo indivíduo tenha não apenas o TDAH, as também outros transtornos.
Em crianças podem aparecer simultaneamente distúrbios de humor, conduta, aprendizado, controle motor, linguagem e comunicação.
Além de distúrbios do sono, especialmente a síndrome das pernas inquietas e a hipersonolência.
No ano passado, o Ministério da Saúde definiu um protocolo de atendimento de TDAH com o objetivo de facilitar o rápido encaminhamento para o tratamento.
Segundo o protocolo, o diagnóstico pode ser feito com base em 18 sintomas característicos e que variam de acordo com tipos de TDAH:
Na maioria dos casos é necessário usar medicamentos que estimulam a área prejudicada do cérebro e que ajudam a regular a atividade cerebral e reduzir os sintomas do TDAH.
As doses são diferenciadas para cada paciente e o tempo de uso da medicação também depende de avaliação caso a caso.
Mas o tratamento do transtorno de hiperatividade vai muito além.
O neurologista especializado em TDAH geralmente opta por abordagem multidisciplinar, com a colaboração de psicólogos, psiquiatras, pedagogos e/ou terapeutas ocupacionais.
É importante criar estratégias para melhorar o desempenho cognitivo e comportamental.
Portanto, a solução envolve a conscientização sobre a natureza crônica do transtorno e uma série de medidas que ajudam a criança e a família, tais como:
Agende uma consulta com um neurologista especialista em TDAH na QualiMedi Saúde para uma avaliação.
Na maior parte dos casos, o transtorno é crônico, persiste na vida adulta em maior ou menor grau.
Mas o tratamento bem conduzido pode garantir vida de mais qualidade a crianças e adultos.
Fontes: Ministério da Saúde/ Conitec
Associação Brasileira do Déficit de Atenção