O melhor remédio para manter a memória é levar uma vida saudável e desafiar o cérebro.
Por Flávio Henrique Bobroff, neurologista.
Vou buscar algo no armário e não lembro o que é. Perdi a chave do carro.
Como é mesmo o nome daquele ator?
Me deu um branco!
Essas situações são comuns, acontecem com todo mundo, mas deixam algumas pessoas preocupadas, principalmente quando se tem mais idade.
Será que estou perdendo a memória?
Será que é Alzheimer?
Calma, nem sempre os esquecimentos significam que você tem uma doença.
A intensa quantidade de informações que recebemos diariamente pode sobrecarregar nosso cérebro e causar lapsos de memória.
Alguém muito estressado e ansioso geralmente se atrapalha com esquecimentos vez ou outra.
Podemos comparar ao computador, quanto maior o número e o tamanho dos arquivos armazenados, menor a velocidade de processamento.
E quem é mais velho já acumulou muitas memórias, o esquecimento faz parte. Imagina se tivéssemos que guardar para sempre toda a informação que chegou até nós em 60 anos de vida ou mais?
Por outro lado, pouco estímulo também não ajuda a manter a capacidade de memorização.
Assim como nossos músculos, o cérebro precisa ser exercitado.
Uma pessoa que sempre foi ativa, cumpria expedientes diários no trabalho, lidando com situações complexas, pode sentir um baque na memória e no raciocínio ao se aposentar.
Ter uma nova atividade remunerada ou voluntária, estudar ou se dedicar a um passatempo é bem importante.
Além disso vale esclarecer que não é apenas o Alzheimer que nos faz perder a memória.
As falhas podem ocorrer por conta de outras doenças bem comuns, como o hipotireoidismo e o diabetes; pelo uso de medicamentos, inclusive alguns analgésicos, remédios para controlar a hipertensão arterial e a depressão; e por distúrbios do sono.
Consulte o neurologista para descartar a existência de doenças e outros fatores que prejudicam a memória e para receber orientação sobre práticas e estilo de vida que favorecem a saúde do cérebro.
É preciso compreender que a falta de memória ocorre quando perdemos uma informação que estava armazenada.
Já a falta de atenção faz com que a informação nem seja memorizada.
Não controlamos todos os fatores que podem prejudicar a capacidade de memorização, mas podemos adotar hábitos que reduzem os riscos para diversas doenças e outros gatilhos que impactam nosso cérebro.
O sono profundo, restaurador, é fundamental para a memória.
Colabora para as sinapses, as conexões entre os neurônios. Crie uma rotina que contribua para a qualidade do seu repouso.
Pratique exercícios e tenha uma dieta equilibrada
Atividade física regular e boas escolhas na alimentação ajudam a reduzir fatores de risco para a perda de memória como diabetes, colesterol alto, estresse e depressão.
Fumar e consumir bebidas alcóolicas também acelera o processo de envelhecimento e prejudica a vascularização cerebral.
Nada melhor que se expor a situações novas para ampliar as conexões cerebrais e trabalhar as habilidades cognitivas (motoras, intelectuais e sociais).
Introduza atividades diferentes no seu dia a dia com diversos graus de complexidade. Vire um livro ao contrário e tente ler, escove os dentes com a mão que não costuma usar.
Leia mais, aprenda um novo idioma, aprenda a tocar um instrumento.
Faça trabalhos artesanais, decifre palavras cruzadas.
Desafie-se continuamente.
Alimentação saudável, exercícios físicos, sair da rotina e investir tempo em atividades que relaxam são maneiras de manter o estresse sob controle o que ajuda a preservar nossa saúde de forma global, inclusive a memória.
Consulte o médico regularmente.
Faça exames de rotina nos prazos recomendados pelo seu médico, assim é possível diagnosticar e tratar precocemente as doenças que, entre outros problemas, prejudicam a memória.
Em caso de esquecimentos frequentes, procure o neurologista e tire todas as suas dúvidas.
Gostou das informações do vídeo? Compartilhe com um amigo.
Agende uma consulta com o Dr. Bobroff, clique aqui.