Não dói, é rápido e não pode faltar na rotina de exames ginecológicos.
Por Danielle Alessandra Kameo, ginecologista.
O papanicolau é um exame preventivo para detecção do câncer de colo de útero e de lesões que, se não tratadas, podem se tornar cancerígenas.
A coleta de material é realizada no consultório do ginecologista de forma simples e rápida.
De acordo com as diretrizes adotadas pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), todas as mulheres entre 21 e 64 anos de idade devem se submeter ao exame regularmente, em intervalos estabelecidos pelo médico.
Detectado em estágio inicial e tratado adequadamente, o câncer de colo de útero tem excelentes chances de cura.
A validação do papanicolau como recurso para diagnóstico de câncer ocorreu em 1943, nos Estados Unidos.
O nome faz referência ao pesquisador que desenvolveu todo o procedimento.
Georgios Papanikolaou era um patologista grego que emigrou para a América.
Atualmente a doença faz mais vítimas em países em desenvolvimento onde ainda é precária a cobertura vacinal contra o Papilomavírus Humano, o HPV, principal causador deste tipo de câncer.
No Brasil o câncer de colo de útero é o quarto entre os mais comuns. Desde 2013, o SUS (Sistema Único de Saúde) oferece vacina gratuita contra o HPV para meninas dos 9 aos 14 anos e para meninos com idade entre 11 e 14 anos. Mas as campanhas nunca alcançaram as metas para aplicação das duas doses necessárias à imunização.
A doença se desenvolve lentamente e demora a apresentar sintomas, por isso é crucial a realização do exame preventivo.
Segundo estudo divulgado pelo British Medical Journal, uma das publicações sobre medicina mais respeitadas no mundo, a taxa de sobrevivência de mulheres com câncer de colo do útero detectado precocemente pelo papanicolau chega a 92%.
Para realizar o papanicolau, também chamado de citologia ou colpocitologia oncótica, são coletadas células do colo do útero no consultório do ginecologista.
A paciente se deita na maca com as pernas abertas e os pés num suporte.
Um instrumento chamado espéculo é introduzido no canal vaginal para facilitar a visualização do colo do útero.
Com ajuda de uma colher de raspagem e de uma escova endocervical são retiradas amostras do tecido uterino.
Não há motivo para temer o exame.
A coleta é rápida e não causa dor, apenas um leve desconforto.
O material é enviado para análise em laboratório e pode detectar além do câncer, infecções vaginais comuns como candidíase, tricomoníase e vaginose bacteriana.
Assim que iniciar a vida sexual, a mulher deve fazer consultas ginecológicas periodicamente, uma vez que estará exposta a vários riscos, como a infecção por HPV, vírus causador do câncer de colo uterino, transmitido geralmente nas relações sexuais.
O papanicolau será incluído na rotina de exames em intervalos que variam de acordo com a idade da paciente e eventuais alterações encontradas nas análises.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, após dois exames negativos realizados dentro de um ano, os próximos podem ser agendados a cada três anos.
• Vacinar meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos contra o vírus HPV.
• Usar preservativos nas relações sexuais.
• Realizar o exame de papanicolau em periodicidade definida pelo médico.
• Cuidar bem da higiene íntima.
• Não fumar.
Fazer o papanicolau é um ato de cuidado e amor por si mesma.
Eu sempre digo para as minhas pacientes, medo e vergonha não previnem doenças, muito pelo contrário, podem resultar na necessidade de longos tratamentos.
O papanicolau é essencial entre os cuidados com a saúde da mulher.
Consulte o seu(a) ginecologista