Cardiologia: o impacto prolongado da covid-19 na saúde das pessoas.

A síndrome pós-Covid faz pacientes se sentirem mal, meses depois do contato com o novo coronavírus.

5 de dezembro de 2021

A síndrome pós-Covid faz pacientes se sentirem mal meses depois do contato com o novo coronavírus.
Publicado em 1 de dezembro de 2021.

O check-up cardiológico é um cuidado necessário para aqueles que tiveram Covid-19.

Mesmo quem não tinha nenhum problema cardíaco antes da contaminação pelo vírus deve consultar o especialista.
Os efeitos da chamada síndrome pós-Covid ainda estão sendo estudados, mas já ficou evidente que o organismo demora a se recuperar do estrago provocado pelo novo coronavírus.

No consultório médico as queixas de mal-estar são frequentes.

A síndrome se manifesta em sintomas diversos e que permanecem muito além da fase aguda da doença.
As mudanças no olfato e paladar são muito comuns em todos os casos.

Já pacientes que tiveram a forma moderada ou grave da Covid-19 relatam consequências mais graves.
Eles não têm mais a mesma disposição.

Enfrentam fraqueza muscular, fadiga, falta de ar e dores pelo corpo.

Alguns também sofrem com lapsos de memória, dificuldade de raciocínio e transtornos emocionais.
É importante procurar ajuda médica para acompanhar a recuperação e tratar os problemas que podem ser temporários, ou, infelizmente, sequelas definitivas.
Entre os cuidados pós-Covid, o check-up cardiológico é fundamental.

Veja por que na entrevista com o Fuad Salle Neto, cardiologista na QualiMedi Saúde.

Entrevista: Fuad Salle Neto, cardiologista

Qual a relação entre COVID-19 e doenças cardiovasculares?

Dr. Fuad Salle Neto - Tanto a Covid-19 é um fator de risco para desenvolver ou agravar doenças cardiovasculares, quanto os problemas cardíacos tornam a pessoa mais vulnerável ao novo coronavírus, com maior risco de apresentar a forma mais grave da doença.

Portanto a relação entre Covid e problemas cardíacos é estreita.

Quais são os problemas cardíacos relacionados à Covid-19?

Dr. Fuad Salle Neto - A Covid-19 é uma doença inflamatória sistêmica que dificulta muito a função cardíaca.

Afeta vários sistemas do corpo como circulatório, cardíaco, neurológico, imunológico e, com destaque, os pulmões. A pneumonia e tromboses pulmonares acabam afetando muito o coração.

Mas também pode haver danos diretos ao órgão.
A pessoa que já tem um problema cardíaco corre um risco bem mais elevado de ter a forma grave da doença.

Uma parcela grande dos doentes com Covid tem morte por arritmia ou falência cardíaca.

Não são poucos.

Também não é raro apresentar outros problemas circulatórios como infarto, trombose das veias e embolia pulmonar.

O novo coronavírus pode provocar o surgimento de doenças cardiovasculares em pessoas que antes de se contaminarem não tinham nenhum problema desta ordem?

Dr. Fuad Salle NetoSim.

Pessoas que não tinham problema algum desenvolveram insuficiência cardíaca depois de ter Covid.

Houve um enfraquecimento do músculo cardíaco, ou seja, a pessoa apresentou o que chamamos de miocardite.

Em alguns pacientes será um problema temporário e em outros uma sequela, um quadro permanente.

Estou acompanhando pacientes em que esse quadro ainda não regrediu após meses da contaminação pelo novo coronavírus.
Além desse problema no músculo cardíaco, temos prejuízos de ordem vascular.

O paciente que sofre infarto, como ocorre com muitos doentes graves de Covid, tem sempre algum grau de dano permanente.
É claro que ainda precisamos observar por mais tempo, dois ou três anos pelo menos, para ter a noção exata das consequências que o vírus traz para o organismo a longo prazo.

Além disto, novas variantes do vírus podem vir e ainda trazer outros panoramas.

Quem tem, por exemplo, colesterol alto, está no grupo de risco para a forma mais grave da Covid-19? Por quê?

Dr. Fuad Salle Neto - Não vi nenhum estudo específico sobre a relação do colesterol alto e a Covid, mas pacientes com problema no colesterol geralmente estão entre aquelas pessoas com síndrome metabólica.

O quadro geralmente inclui diabetes, pressão alta e obesidade.

Quem tem esse perfil faz parte de um grupo de risco que é um dos mais acometidos pela forma grave da Covid.

A obesidade, fator de risco para a saúde cardiovascular, se tornou uma preocupação ainda maior com a chegada do novo coronavírus?

Dr. Fuad Salle Neto - Pacientes obesos tendem a desenvolver mais a forma grave de Covid-19.

A obesidade, entre outras coisas, dificulta o processo de ventilação mecânica do paciente que necessita de assistência ventilatória.

É mais difícil controlar a insuficiência respiratória do obeso quando entubado.

Este é um dos grupos com maior índice de mortalidade.

O que está levando pacientes que tiverem Covid-19 ao consultório do cardiologista?

Dr. Fuad Salle Neto – Os cardiologistas estão atendendo muitos pacientes com o que chamamos de síndrome pós-Covid.

A pessoa sente falta de ar, dor no peito e palpitação que pode ser sinal de arritmia cardíaca.

São pacientes com alteração cardíaca e pulmonar residual, em alguns pode persistir e se tornar uma sequela mais definitiva.

O enfraquecimento muscular também é importante, no pós-Covid a pessoa tem fadiga, se cansa mais facilmente.

Por que a fadiga persiste em pacientes que tiveram Covid-19?

Dr. Fuad Salle Neto – A fadiga é relativamente comum em pacientes que tiveram a forma moderada ou grave da doença.

Cerca de 60% deles ainda sofrem com sintomas mesmo depois de 2 meses da fase aguda da Covid.
Isso acontece porque a doença pode afetar nosso organismo como um todo.

Ela ataca os sistemas respiratório, cardíaco, vascular, neurológico, digestivo, renal e muscular.

Há um sofrimento prolongado dos órgãos.

Muita gente deixou de fazer exames preventivos e controle de doenças cardiovasculares durante a pandemia. Quais as consequências?

Dr. Fuad Salle Neto – Os pacientes realmente deixaram de fazer exames e acompanhamento por medo de contaminação e até por orientação de responsáveis pela saúde pública.

As consequências mais comuns entre os pacientes foram alterações na pressão arterial e ganho de peso.

Mesmo imunizados quem tem problema cardíaco deve tomar mais cuidado comparado a população em geral?

Dr. Fuad Salle Neto - Acredito que todos nós ainda devemos tomar muito cuidado, não só os cardiopatas, mas as pessoas em geral.

Ainda temos que respeitar as medidas de segurança.

Evitar aglomeração, usar máscara, lavar as mãos.

Tudo isso ainda tem que continuar.

Não podemos relaxar ainda.

Qual a importância de fazer a imunização completa contra o novo coronavírus?

Dr. Fuad Salle Neto – A importância da vacinação contra a Covid-19 está demonstrada pela redução no número de casos e de mortes.

A vacinação trouxe um resultado inquestionável.

Em relação a casos graves houve uma redução muito grande.

Temos que avançar ainda mais sem descuidar inclusive da dose de reforço, que é fundamental.
Fuad Salle Neto é cardiologista na QualiMedi Saúde, em Londrina, no Paraná.

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