Infecção urinária na mulher: como prevenir?

Saiba quais são os hábitos que contribuem para evitar a infecção urinária, um problema que atinge 30% das mulheres.Publicado em 21 de outubro de 2021. Infecção urinária na mulher O urologista é o médico especialista no aparelho urinário e deve ser consultado pelas mulheres em casos de infecção urinária frequente.A infecção urinária é um problema […]

25 de outubro de 2021

Saiba quais são os hábitos que contribuem para evitar a infecção urinária, um problema que atinge 30% das mulheres.
Publicado em 21 de outubro de 2021.

Infecção urinária na mulher

O urologista é o médico especialista no aparelho urinário e deve ser consultado pelas mulheres em casos de infecção urinária frequente.
A infecção urinária é um problema muito comum na vida da mulher.

Causa desconfortos e prejuízos físicos e emocionais.

Se não tratada adequadamente pode comprometer a saúde de forma grave.
Quando a mulher demora a tratar, há chance de a infecção urinária evoluir para uma infecção renal, exigindo internação hospitalar e até cirurgia.
É importante compreender que tratar a infecção urinária não significa apenas tomar antibióticos em momentos de crise.

É preciso mudar o comportamento, adotar uma rotina de cuidados diários que vão muito além da higiene adequada.


Nesta entrevista, o urologista João Correia dos Santos, médico que integra a equipe da QualiMedi Saúde, explica como a mulher pode evitar a infecção urinária ajustando hábitos.

O especialista também alerta para os riscos de negligenciar os episódios de repetição e destaca os tratamentos disponíveis.

Inclusive uma vacina que estimula o sistema imunológico contra a infecção urinária quando causada pela bactéria Escherichia coli relacionada a 80% das infecções.


Entrevista com João Correia dos Santos, urologista.

É comum a mulher procurar o urologista para tratar infecção urinária?

Dr. João Correia do Santos - É frequente mas não é o comportamento mais comum.

Quando a mulher vai regularmente ao ginecologista, tende a tratar a infecção urinária com esse profissional.

Tem mulher que chega ao consultório do urologista com vergonha, achando que está no médico errado.

É preciso que as mulheres saibam que o urologista não é o médico que trata só os homens, mas um especialista em problemas do aparelho urinário como a infecção urinária, a perda de urina involuntária e o cálculo renal, dentre outros.

É verdade que qualquer médico pode e deve tratar a infecção urinária, pois é algo urgente, geralmente causa dor, mal-estar e febre.

Mas se o paciente tem quadros infecciosos de repetição ou sintomas de outros problemas relacionados ao aparelho urinário, deve ser encaminhado ao urologista para avaliação.

Por que as mulheres têm mais infecção urinária que os homens?

Dr. João Correia do Santos - A literatura mostra que 30% das mulheres têm ou terão infecção urinária ao longo da vida.

os homens, normalmente, só enfrentam este problema depois dos 50 anos, quando surgem doenças da próstata.

A prevalência se explica pela anatomia feminina.
Na mulher, a uretra, que é o canal que conduz a urina da bexiga até a vagina, é curta, tem torno de 2 a 4 centímetros. No homem, devido ao pênis, a uretra é longa, tem entre 15 e 20 centímetros.

A pequena uretra da mulher está junto da vagina e muito próxima do ânus.

Por isso, por melhor que seja o cuidado com a higiene, o risco de infecção é alto.

Na maioria dos casos, cerca de 80% deles, a infecção é causada pela Escherichia coli (E. coli), uma bactéria presente nas fezes que migra do ânus para a vagina e então para dentro da bexiga.

Em que fases da vida o risco de infecção urinária na mulher aumenta?

Dr. João Correia do Santos - A infecção urinária pode afetar a mulher desde a infância, desde o momento em que a criança deixa de usar fralda e começa a segurar o xixi.

Especialmente quando vai pra escola e passa horas sem ir ao banheiro.

Mais tarde, na adolescência, quando começa o ciclo menstrual, o uso de absorvente aumenta a temperatura local e contribui para a proliferação de bactéria.

Na vida adulta começam as relações sexuais que provocam impacto, um tipo de trauma que pode causar inflamação na bexiga e maior risco de infecção.

E durante a menopausa, o risco também é alto.

Por isso, ao longo da vida, é importante receber orientação do urologista sobre medidas preventivas e não apenas usar antibiótico nos momentos de crise.

Por que o risco de infecção urinária é grande na menopausa?

Dr. João Correia do Santos – Na menopausa, ente os 45 e 60 anos de idade, ocorre o declínio da produção hormonal na mulher.

É algo que faz parte do envelhecimento e provoca o ressecamento e a atrofia vaginal.

Sem a hidratação, que funciona também como uma barreira de proteção para a vagina, fica ainda mais fácil a migração de bactérias para a bexiga.

Se for este o caso, a paciente deve ser encaminhada ao ginecologista e avaliar juntamente com o médico a possibilidade de reposição hormonal e uso de cremes vaginais.

Resumindo, quais são as principais medidas preventivas contra a infecção urinária nas mulheres?

Dr. João Correia do Santos – Fazer xixi várias vezes ao dia e com qualidade.

Ou seja, beber bastante líquido (água, chá, suco) e esvaziar toda a bexiga para eliminar as bactérias na urina.
Se programar para ir ao banheiro em intervalos de no máximo duas ou três horas.

Reter o xixi facilita o progresso de infecção.

Por isso é um problema tão frequente em mulheres que têm mais dificuldade de deixar o posto de trabalho como professoras e recepcionistas, entre outras.
Outro comportamento que deve ser evitado é fazer xixi em pé ou semissentada.

Isso é muito comum quando a mulher vai usar um banheiro fora de casa e que não está em boas condições de limpeza.

A mulher evita se sentar no vaso sanitário e a posição acaba impedindo o esvaziamento total da bexiga.

Um pouquinho de xixi fica guardado e é aí que começa a infecção.

Podemos comparar a bexiga com um reservatório de água que precisa ser esvaziado regularmente e limpo para não acumular sedimentos.

Tem que ser esvaziada por inteiro.
Não usar calça ou shorts muito apertados e preferir calcinhas com forro de algodão também são medidas preventivas.
Lembrar de esvaziar a bexiga antes e depois das relações sexuais, assim como ficar atenta quanto a lubrificação vaginal para minimizar o trauma uretral durante o coito.
Ingerir alimentos muito ácidos (abacaxi, maracujá, limão ou laranja) em grande quantidade pode fazer com que o xixi irrite os canais do aparelho urinário cause inflamação e abra caminho para um processo infeccioso.

Que problemas a infecção urinária de repetição pode provocar?

Dr. João Correia do Santos - Há dano emocional, porque atrapalha a vida social e sexual, criando até problemas conjugais, e há o prejuízo à saúde.

O quadro mais grave é a pielonefrite que ocorre quando a infecção urinária avança da bexiga para os rins.

É um problema sério que exige internamento e, em alguns casos, até intervenção cirúrgica.

Um risco maior ainda nos casos assintomáticos de infecção urinária.

Algumas mulheres não sentem nenhum sintoma até chegar a um estágio grave de infecção.

Isso reforça a importância de se fazer exames de urina semestrais ou anuais que podem revelar a presença de bactérias e o tratamento em tempo adequado.

Quais são os sintomas mais comuns da infecção urinária na mulher?

Dr. João Correia do Santos - O sintoma mais comum da infecção urinária é a disúria, ou seja, o desconforto ao urinar. O normal é que esvaziar a bexiga seja prazeroso, mas a infecção urinária provoca desconforto, às vezes ardência, no início ou no final do xixi.

Outro sintoma é o aumento da frequência urinária.

Se a mulher está acostumada a urinar duas vezes pela manhã, passa para três ou até mais vezes.

Faz xixi e logo já está com vontade de novo.

Já o mau cheiro na urina, geralmente, é sinal de vaginite, infecção na vagina, que pode levar a uma posterior infecção urinária.

Cistite e infecção urinária são a mesma coisa?

Dr. João Correia do Santos – A cistite é a denominação que damos para a infecção na bexiga.

Veja, o aparelho urinário é formado pelos rins que filtram o sangue eliminando as toxinas em forma de urina.

A urina é drenada pelo ureter até a bexiga, sendo escoada pela uretra até chegar à vagina.

Quando dizemos que a mulher está com infecção urinária significa que foi detectada infecção no aparelho urinário mas não sabemos ainda qual é a localização exata.

Analisando o quadro clínico e fazendo exames complementares, conseguimos o diagnóstico preciso.

Se a paciente relata dor no pé da barriga, posso afirmar que a infecção é na bexiga e chamamos de cistite.

Já se a pessoa apresenta dor lombar, febre ou dilatação dos rins a indicação é de pielonefrite, infecção nos rins. Quando o problema está no ureter é chamado de ureterite e na uretra, uretrite.

Enfim, a denominação muda de acordo com a área do aparelho urinário onde a infecção está localizada.

Tomar antibiótico várias vezes ao ano por causa de infecção urinária de repetição pode causar prejuízo à saúde? Qual a melhor conduta de tratamento nesses casos?

Dr. João Correia do Santos – O uso de antibióticos deve ser racional, normalmente administrado em momentos de crise para zerar a colônia de bactérias.

Mas o que funciona como tratamento são as medidas preventivas contra a infecção urinária.

É preciso tratar as causas comportamentais. Não ficar retendo urina, fazer xixi regularmente, várias vezes ao dia, bebendo bastante líquido e esvaziando a bexiga por inteiro ao urinar.

O ato sexual também exige cuidados, é preciso que a mulher esteja lubrificada para evitar traumas que facilitam o desenvolvimento do processo infeccioso.

E deve virar rotina urinar antes e depois do sexo.

É fundamental se ater a esses detalhes no dia a dia e passar pela avaliação do urologista para investigar as causas da repetição de episódios de infecção.

Mulheres grávidas podem tomar antibiótico para combater infecção urinária?

Dr. João Correia do Santos – O ideal é não tomar antibióticos na gravidez, por isso orientamos as mulheres que querem engravidar, ou já estão grávidas, a adotarem as medidas preventivas.

Mas quando ocorre a infecção urinária, não tem jeito, tem que tomar o antibiótico para evitar parto prematuro ou outra complicação.

Existem medicamentos que podem ser usados com segurança pois não comprometem o desenvolvimento do bebê.

Reforçar a imunidade protege da infecção urinária?

Dr. João Correia do Santos – Quanto maior a imunidade maior é a resistência do organismo, portanto ajuda sempre. Para pacientes com infecção urinária de repetição vale a pena fazer prevenção com vacina que estimula a produção de anticorpos contra a Escherichia coli, que é a bactéria causadora de 80% dos casos.

A paciente toma comprimidos com a bactéria inativada por um período de três meses.

O resultado é excelente.


João Correia dos Santos possui graduação em Medicina pela Fundação Bahiana para Desenvolvimento da Medicina (1993), Mestre pelo PRODEMA na Universidade Estadual de Santa Cruz (2010), em Ilhéus, na Bahia.

Atualmente faz parte como Membro Efetivo do Corpo Clínico do Hospital Evangélico de Londrina nos Serviços de Urologia e Clínica Cirúrgica (desde maio/2017).

Médico Preceptor do Programa de Residência Médica em Cirurgia Geral e da Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica desde agosto/2017 (PUC - Londrina-PR).

Em Itabuna-Bahia atuou em Clínica Cirúrgica e Urologia na Clínica Interface Odontomédica, e na Santa Casa de Misericórdia (janeiro/2001 a junho/2017).

No Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães foi médico plantonista da Emergência, Urologista e Coordenador do Programa de Residência Médica em Cirurgia Geral (fevereiro/2001 a junho/ 2017).

Exerceu docência na Universidade Estadual de Santa Cruz, em Ilhéus, Bahia, no curso de Medicina (março/2002 a junho/2017.

É integrante da equipe da QualiMedi Saúde onde atende pacientes a partir dos 2 anos de idade.

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