A pressão alta pode ser controlada com mudança do estilo de vida e tratamento seguido à risca.
Por Daniel Moretti Chaves, cardiologista
A hipertensão arterial sistêmica, conhecida como pressão alta, faz parte da vida de 30% da população adulta.
É o maior fator de risco para problemas cardíacos e acidente vascular cerebral, causando frequentemente invalidez. Também é um gatilho para o desenvolvimento de insuficiência renal.
Na maioria das vezes a hipertensão arterial é silenciosa, não apresenta sintomas, a pessoa demora a perceber que há algo errado e está correndo perigo.
A adoção de hábitos saudáveis e o monitoramento dos níveis de pressão arterial são fundamentais para preservar nosso corpo.
Consultar o cardiologista regularmente é a melhor maneira de prevenir problemas graves, ter um diagnóstico preciso e receber orientação adequada sobre hipertensão.
É a pressão do sangue sobre as paredes das nossas artérias quando circula pelo corpo, bombeado pelo coração.
O nível considerado normal é de 12 por 8 (120/80 mmHg). Esse dois números indicam a pressão sanguínea em momentos distintos.
O primeiro é o da pressão máxima, quando o coração se contrai no movimento de sístole, bombeando sangue para nutrir e oxigenar todo o corpo.
O segundo se refere à pressão mínima, quando o órgão relaxa, em diástole, entre um batimento e outro. A pressão é medida em milímetros de mercúrio (mmHg).
Na maioria das vezes os sinais da hipertensão arterial só aparecem quando o problema já causou estragos no organismo.
Os sintomas mais comuns são dor de cabeça, dor na nuca, tontura e sangramento nasal.
A pressão alta é uma doença multifatorial mais frequente em obesos, sedentários, idosos, afrodescendentes.
Pessoas que consomem bebida alcoólica em excesso ou muito sal, pessoas com outros casos de hipertensão na família.
O problema também pode estar associado a doenças como hipertrofia ventricular esquerda, diabetes, nefropatia crônica e síndrome metabólica, dentre outras.
Nossa pressão arterial pode variar sem que isso signifique uma doença. Sobe, por exemplo, quando praticamos esporte intensamente, mas assim que descansamos deve voltar ao normal.
A pressão também aumenta quando ficamos nervosos e o corpo libera adrenalina.
Isso pode acontecer inclusive numa visita de rotina ao médico e tem até nome: síndrome do jaleco branco.
Medir a pressão verdadeira é crucial. Por isso para fazer o diagnóstico de hipertensão arterial são realizadas várias aferições durante a consulta com o cardiologista.
Para um diagnóstico ainda mais preciso o médico pode achar necessário verificar os indicadores durante um período mais longo, por meio de equipamento que monitora a pessoa em suas atividades normais e enquanto dorme.
A reação do organismo à administração de medicamentos de controle da hipertensão também é um dado importante para definir o perfil de risco do paciente.
Tratamento
O tratamento varia de acordo com o grau de risco do paciente. Nos casos mais leves, o médico pode indicar, inicialmente, apenas a mudança no estilo de vida.
A adoção de alimentação saudável, com menos sal e muitas verduras, legumes e frutas; o abandono do tabagismo e do excesso de álcool.
A prática de exercícios e o controle do estresse são de grande ajuda para melhorar a pressão arterial.
Se o diagnóstico é de caso moderado ou grave, além da mudança de hábitos, o paciente precisa tomar medicação contínua, para toda a vida.
As doses e o tipo de anti-hipertensivos variam e o paciente deve seguir rigorosamente a recomendação médica.
Consulte o cardiologista para ficar tranquilo em relação aos cuidados com a pressão alta.