O problema é comum, mas merece avaliação médica porque pode se agravar.
Por Alexandre Tsuji Amorim, cirurgião geral e gastroenterologista
Gastrite é a inflamação da mucosa que reveste as paredes internas do estômago.
A pessoa sente dores intensas, queimação e outros desconfortos.
Segundo a Federação Brasileira de Gastroenterologia, cerca de 70% dos brasileiros sofrem com algum tipo de gastrite.
Muitas vezes, uma mudança de hábitos alimentares resolve o problema.
Mas em parte dos casos é necessário usar medicamentos para cessar a inflamação e evitar complicações graves como o surgimento de úlceras estomacais e até tumores cancerígenos.
O gastroenterologista deve ser consultado para diagnosticar e orientar o paciente.
A automedicação é perigosa. Pode mascarar sintomas e piorar o quadro de saúde.
Não confunda gastrite com má digestão
No consultório é muito comum perguntarem se estresse e ansiedade causam gastrite.
Na verdade, não. Os problemas emocionais podem aumentar a produção de ácido digestivo, gerando sintomas semelhantes aos da gastrite, mas sem que haja alteração na mucosa estomacal.
É o que chamamos de dispepsia funcional, traduzindo: má digestão.
O problema é passageiro, consequência de uma refeição que não caiu bem pelo estado emocional e/ou tipo de alimento consumido.
A gastrite pode ser aguda, surgindo repentinamente, ou crônica, começando com uma leve inflamação nas paredes do estômago e, se não tratada, evoluir para uma gastrite erosiva que causa lesões profundas.
Os sintomas às vezes demoram a aparecer e variam um pouco de acordo com o tipo de gastrite e o estágio da doença.
Um dos sinais mais característicos é o que os pacientes descrevem como dor na boca do estômago.
Essa dor começa no centro do peito, logo abaixo do osso esterno, irradiando para outras partes.
Outros sintomas comuns são:
• Azia ou queimação (principalmente após ingerir comida gordurosa)
• Perda do apetite
• Náuseas e vômitos
• Presença de sangue nas fezes e no vômito
Há uma relação entre os casos de gastrite e a presença Helicobacter Pylori (ou H. Pylori) que consegue sobreviver no estômago apesar dos ácidos digestivos.
Não se sabe ainda se a bactéria é responsável pelo aparecimento da gastrite ou se ela encontra nos indivíduos com a doença o ambiente ideal para se desenvolver.
Mas são vários os fatores que contribuem para o surgimento da gastrite.
• Uso prolongado de ácido acetilsalicílico (AAS) e de anti-inflamatórios
• Tabagismo (o cigarro impacta o sistema digestivo)
• Consumo excessivo de bebidas alcoólicas
• Gastrite autoimune (quando o sistema imune produz anticorpos que agridem o próprio organismo)
• Maus hábitos alimentares
O diagnóstico da gastrite dever ser realizado pelo médico gastroenterologista, após exame clínico, análise do histórico do paciente e da família.
É recomendada a realização de endoscopia, exame que permite avaliar o grau de inflamação no estômago e verificar a presença de úlceras ou tumores.
Em caso de suspeita o médico vai coletar material durante o exame para a biópsia em laboratório.
O tratamento de gastrite é baseado nas causas que estão agredindo o estômago.
Quando necessário, são indicados antiácidos, antibióticos e outros medicamentos para ingestão via oral, sempre sob prescrição médica.
Mesmo quando há úlceras, é rara a necessidade de cirurgia, é possível aplicar medicamentos para tratá-las por meio da endoscopia.
Adotar hábitos saudáveis também é fundamental para se livrar da gastrite.
O ideal é dar preferência a frutas, verduras, legumes e carnes magras; não fazer intervalos grandes entre as refeições.
Não deixe de consultar o médico caso esteja sentindo os sintomas da gastrite ou qualquer desconforto ao se alimentar.
Saiba mais sobre o Dr. Amorim e agende uma consulta! E se você quer receber conteúdos como esse, só se cadastrar na nossa newslleter.