Prevenir doenças renais é vital para o funcionamento do nosso organismo, saiba como se proteger.
Publicado em 26 de novembro de 2021.
O nefrologista é o médico especialista em doença renal e deve ser consultado em caso de sintomas e para exames preventivos.
A maioria dos casos de insuficiência renal poderia ser evitada com o diagnóstico precoce, porém a doença apresenta poucos ou até nenhum sintoma nos estágios iniciais.
Hoje sabemos que o controle adequado do diabetes e da hipertensão, são extremamente importantes para preservar os rins.
Pessoas com infecção urinária de repetição, cálculos renais e obesidade, também fazer parte do grupo de risco.
Os doentes renais crônicos são aqueles que apresentam lesões irreversíveis nos rins.
A rotina deles é sofrida, cheia de restrições.
A diálise, processo de filtragem mecânica do sangue, demanda muito tempo.
São várias sessões durante a semana e duram horas.
A doença renal provoca grande impacto na vida do paciente e da família dele.
Dados oficiais apontam para um número crescente de casos.
A doença renal é um problema de saúde pública.
• Uma em cada 10 pessoas no mundo têm algum grau de insuficiência renal de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde).
• No Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN),31 mil pacientes aguardam por um transplante renal e mais de 140 mil pessoas dependem de diálise para sobreviver.
Exames simples, de sangue e urina, podem detectar sinais de problemas nos rins e permitir o tratamento em tempo ideal.
Como prevenir as doenças renais crônicas.
Poderia começar explicando por que é tão importante cuidar da saúde dos rins? Qual a função deles para o organismo?
Dra. Raquel Ferreira Nassar Frange - Os rins são filtros do nosso corpo, a urina elimina uma séria de impurezas do nosso sangue.
Mas além de filtrar o sangue o rim também ajuda no controle da pressão, no bom funcionamento dos ossos, na produção de elementos do sangue, entre outras funções.
Quais são as doenças renais crônicas mais prevalentes no Brasil?
Dra. Raquel Ferreira Nassar Frange - As principais doenças que acometem os rins são descontrole da pressão e do açúcar no sangue, que levam a doença renal crônica, que se traduz em um prejuízo da função geral dos rins.
Outras doenças também acometem os rins como infecção urinária, cálculos renais, cistos renais e doenças primárias dos rins (glomerulopatias).
Dra. Raquel Ferreira Nassar Frange - Sem sombra de dúvida, a hipertensão arterial e o diabetes descontrolados.
Por que idosos têm infecção urinária de repetição e quais os riscos?
Dra. Raquel Ferreira Nassar Frange - Os idosos por suas limitações físicas, muitas vezes enfrentam dificuldades com higienização na hora de urinar.
O risco maior é de que a infecção não contamine apenas o trato urinário baixo, mas alcance os rins, gerando um quadro conhecido como pielonefrite.
A pielonefrite é uma infecção grave nos rins que pode causar prejuízo na função renal.
Dra. Raquel Ferreira Nassar Frange - A doença renal é silenciosa, conseguimos ver alterações mais claras quando os rins já estão funcionando mal.
As principais alterações são queda no volume de urina; alterações da cor e aspecto (cheiro, presença de sangue, espuma na urina); aparecimento de edemas no corpo; fadiga; anemia; e até mau hálito (hálito urêmico).
Como é feito o diagnóstico de doenças renais crônicas?
Dra. Raquel Ferreira Nassar Frange - O diagnóstico é feito através da dosagem da creatinina no sangue, e com ajuda de uma fórmula matemática, conseguimos estimar o quanto os rins funcionam, com base no sexo e na idade do paciente.
O que é a hemodiálise?
Dra. Raquel Ferreira Nassar Frange - Quando os rins estão funcionando em média menos que 10%, a hemodiálise muitas vezes se faz necessária.
A hemodiálise é um “rim artificial”, uma máquina que faz o trabalho que os rins não estão dando conta de fazer.
Que doenças podem tornar a pessoa dependente de hemodiálise?
Dra. Raquel Ferreira Nassar Frange - Existem doenças primárias dos rins, as glomerulopatias, que também podem levar o paciente para a hemodiálise, mas a grande maioria dos pacientes entra em hemodiálise por conta de descontrole da pressão e do diabetes.
Dra. Raquel Ferreira Nassar Frange - Pacientes em hemodiálise ou aqueles em vias de precisar de hemodiálise tem a opção do transplante.
Hoje contamos com a opção de transplante com doador vivo e com doador falecido.
A chance de sucesso depende muito do tipo de doença que levou o paciente até a hemodiálise, assim como das condições do órgão doado.
Qual deve ser a rotina de prevenção? Que hábitos ajudam a proteger os rins?
Dra. Raquel Ferreira Nassar Frange - Sempre falo para os meus pacientes que o segredo é o equilíbrio.
Proibições são raras, porém evitar certos alimentos e práticas são essenciais.
Ter uma alimentação saudável, praticar atividade física, beber em média dois litros de água e não exagerar no sal são as principais orientações
Quando devemos procurar o nefrologista?
Dra. Raquel Ferreira Nassar Frange – O nefrologista deve ser consultado quando há sintomas ou fatores de risco importantes, como histórico de doença renal familiar, dor na região dos rins, infecção urinária de repetição, histórico de cálculo renais, edema (inchaço), alterações urinárias.
Quem tem hipertensão ou diabetes precisa ficar muito atento, uma vez que são as principais doenças que levam os pacientes a evoluir para os quadros em que a hemodiálise é necessária.
Membro da Sociedade Brasileira de Nefrologia.
Fez Residência Médica no programa de Clínica Médica do Hospital Evangélico de Londrina/ Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Campos Londrina (2016-2017).
Residência Médica no programa de Nefrologia pelo Instituto do Rim de Londrina / Sociedade Brasileira de Nefrologia/ Hospital Evangélico de Londrina (2018-2019).
É Coordenadora do estágio de urgências e emergências médicas da Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Londrina - Pronto Socorro Médico do Hospital Evangélico de Londrina.
Médica Plantonista da Unidade de Cuidados Intensivos - UTI 1,2,3 e UCO - Hospital Evangélico de Londrina, Médica Plantonista do Pronto Socorro Médico - Hospital Evangélico de Londrina.
Médica Plantonista da Unidade de Cuidados Intensivos - UTI - Hospital Araucária de Londrina.
Médico da Enfermaria Clínica - Hospital Dr. Anísio Figueiredo - Hospital Zona Norte de Londrina.
Faz parte da equipe da QualiMedi Saúde em Londrina.