A cirurgia é a solução recomendada para quase todos os casos de pedras na vesícula biliar.
O procedimento tem baixo risco e é normalmente realizado por videolaparoscopia.
Publicado em 22 de março de 2022.
Saiba quais são as complicações que podem surgir devido à presença de cálculos biliares.
Ter pedras na vesícula biliar é um problema comum, a maioria dos pacientes com cálculos biliares nem sabe que tem. Muitas vezes a pessoa descobre o problema ao se submeter a um ultrassom de abdômen durante uma bateria de exames de rotina.
O risco de deslocamento das pedras é o que preocupa.
Quando elas se movimentam para fora da vesícula provocam dor, risco de obstruções e complicações graves, até fatais.
O tratamento padrão é retirar a vesícula.
A cirurgia é simples e a chance de complicações, mínima.
Poucos pacientes relatam alguma mudança significativa depois do procedimento, o organismo se adapta.
O excesso de gordura na alimentação contribui para a formação de pedras na vesícula.
Conversamos com um especialista no assunto, o médico Alexandre Tsuji Amorim, da equipe da QualiMedi Saúde, para saber mais sobre as complicações que podem surgir e o tratamento.
Para que serve a vesícula biliar?
Dr. Alexandre Tsuji Amorim - Sua função e armazenar a bile que é produzida no fígado, a qual é um líquido que atua na digestão da gordura que ingerimos
O que causa a formação de cálculos na vesícula?
Dr. Alexandre Tsuji Amorim - A formação dos cálculos se dá quando há um desequilíbrio na composição da bile, deixando-a mais espessa, muita das vezes por um excesso de colesterol.
Qual é a composição dos cálculos biliares?
Dr. Alexandre Tsuji Amorim - Eles são formados por uma mistura de componentes, como o colesterol, sais de cálcio, sai biliares, proteínas e fosfolípides.
Pessoas de qualquer idade podem ter pedra na vesícula?
Dr. Alexandre Tsuji Amorim - Sim, até mesmo crianças, mas a prevalência aumenta com a idade, mais comum em adultos e idosos.
Dr. Alexandre Tsuji Amorim -Geralmente dor no quadrante superior direito do abdômen ou na região do estômago, podendo irradiar para as costas e estar associada a náuseas e vômitos.
Tem gente que não sente nada. Por quê?
Dr. Alexandre Tsuji Amorim - Na verdade, a maioria das pessoas com cálculos na vesícula não tem sintomas.
Eles surgem quando há o deslocamento de um ou mais cálculos para a saída da vesícula e obstrução temporária da região.
Quando o cálculo na vesícula se torna um problema grave?
Dr. Alexandre Tsuji Amorim - O cálculo na vesícula é um problema grave quando ocorrem as complicações.
Pode haver uma obstrução permanente na saída da vesícula ocasionando a inflamação do órgão, um quadro chamado de colecistite.
O problema pode evoluir para infecção local e trazer outras consequências.
Também há complicação quando um ou mais cálculos saem da vesícula, mas acabam obstruindo o canal que leva a bile até o intestino, quadro chamado de coledocolitiase o que pode gerar outras complicações como a colangite (infecção das vias biliares) e a pancreatite (inflamação do pâncreas).
É verdade que os cálculos menores são os mais perigosos?
Dr. Alexandre Tsuji Amorim – Os cálculos menores são mais propensos a sair da vesícula, podendo gerar complicações como as que já citei.
E, por exemplo, se ocorrer pancreatite, não podemos prever se será um quadro leve ou um quadro grave, com mortalidade mais elevada.
Dr. Alexandre Tsuji Amorim - O diagnóstico geralmente é feito por ultrassonografia realizada devido a sintomas sugestivos ou às vezes em exames de imagem do abdômen solicitados por outros motivos.
Como é o tratamento com remédios para cálculos biliares? Em que casos esta é uma opção?
Dr. Alexandre Tsuji Amorim - Raramente são utilizados medicamentos para tratar pedra na vesícula devido ao elevado índice de falha no tratamento, além de efeitos colaterais, custo significativo e serem difíceis de encontrar atualmente.
Outro problema é que se não retiramos a vesícula, temos o risco de recorrência dos cálculos.
Como é o tratamento com ondas de choque para quebrar os cálculos? Todo paciente pode ser tratado com esse recurso?
Dr. Alexandre Tsuji Amorim - Este tratamento está indicado nos casos de cálculos renais, onde a anatomia do trato urinário facilita a eliminação de cálculos menores.
No caso dos cálculos de vesícula biliar não se aplica, pois pode gerar cálculos menores e aumentar os riscos relacionados a estes.
Quando a cirurgia para a retirada da vesícula é inevitável?
Dr. Alexandre Tsuji Amorim - A cirurgia geralmente é o tratamento de escolha, a não ser em pacientes com um risco cirúrgico proibitivo.
Como é a cirurgia para resolver o problema de pedras da vesícula?
Dr. Alexandre Tsuji Amorim - A cirurgia é chamada de colecistectomia e consiste na remoção da fonte dos cálculos, ou seja, a vesícula biliar.
Atualmente a cirurgia é o tratamento de escolha devido ao baixo índice de complicações.
Pode ser realizada por via laparoscópica, com auxílio de equipamentos de vídeo e de pinças específicas.
Apenas alguns casos não permitem a cirurgia por esta via e os pacientes são operados da forma tradicional, cirurgia por via aberta (corte).
Dr. Alexandre Tsuji Amorim - A maioria dos pacientes não sente diferença nenhuma, mas em alguns casos pode haver o desenvolvimento do que chamamos de síndrome pós-colecistectomia.
Os sintomas são cólicas, diarreia e náuseas, devido a perda do armazenamento da bile que era feito pela vesícula. Porém, na maior parte dos casos, há uma melhora, seja pela adaptação do organismo, seja pela mudança nos hábitos alimentares.
O que evitar depois da retirada da vesícula?
Dr. Alexandre Tsuji Amorim - Geralmente recomendamos evitar alimentos gordurosos para diminuir a chance de apresentar a síndrome pós-colecistectomia.
Dr. Alexandre Tsuji Amorim – A melhor forma de prevenção é evitar alimentos gordurosos, excesso de carne vermelha e alimentos industrializados em geral.
É importante fazer exames regulares pra saber se há pedra na vesícula, mesmo sem ter sintomas?
Dr. Alexandre Tsuji Amorim - Não há estudos que comprovem a necessidade de exames regulares na ausência de sintomas, porém, para os casos em que há presença de sintomas torna-se mandatório a realização de um ultrassom para descartar a presença de cálculos na vesícula.
Alexandre Tsuji Amorim é cirurgião geral graduado e residente pela UEL (Universidade Estadual de Londrina).
Pós-graduado em Cirurgia Minimamente Invasiva no Instituto Jaques Perissat em Curitiba.
Faz parte da equipe médica da QualiMedi Saúde em Londrina, no Paraná.
O problema é comum, mas merece avaliação médica porque pode se agravar.
Por Alexandre Tsuji Amorim, cirurgião geral e gastroenterologista
Gastrite é a inflamação da mucosa que reveste as paredes internas do estômago.
A pessoa sente dores intensas, queimação e outros desconfortos.
Segundo a Federação Brasileira de Gastroenterologia, cerca de 70% dos brasileiros sofrem com algum tipo de gastrite.
Muitas vezes, uma mudança de hábitos alimentares resolve o problema.
Mas em parte dos casos é necessário usar medicamentos para cessar a inflamação e evitar complicações graves como o surgimento de úlceras estomacais e até tumores cancerígenos.
O gastroenterologista deve ser consultado para diagnosticar e orientar o paciente.
A automedicação é perigosa. Pode mascarar sintomas e piorar o quadro de saúde.
Não confunda gastrite com má digestão
No consultório é muito comum perguntarem se estresse e ansiedade causam gastrite.
Na verdade, não. Os problemas emocionais podem aumentar a produção de ácido digestivo, gerando sintomas semelhantes aos da gastrite, mas sem que haja alteração na mucosa estomacal.
É o que chamamos de dispepsia funcional, traduzindo: má digestão.
O problema é passageiro, consequência de uma refeição que não caiu bem pelo estado emocional e/ou tipo de alimento consumido.
A gastrite pode ser aguda, surgindo repentinamente, ou crônica, começando com uma leve inflamação nas paredes do estômago e, se não tratada, evoluir para uma gastrite erosiva que causa lesões profundas.
Os sintomas às vezes demoram a aparecer e variam um pouco de acordo com o tipo de gastrite e o estágio da doença.
Um dos sinais mais característicos é o que os pacientes descrevem como dor na boca do estômago.
Essa dor começa no centro do peito, logo abaixo do osso esterno, irradiando para outras partes.
Outros sintomas comuns são:
• Azia ou queimação (principalmente após ingerir comida gordurosa)
• Perda do apetite
• Náuseas e vômitos
• Presença de sangue nas fezes e no vômito
Há uma relação entre os casos de gastrite e a presença Helicobacter Pylori (ou H. Pylori) que consegue sobreviver no estômago apesar dos ácidos digestivos.
Não se sabe ainda se a bactéria é responsável pelo aparecimento da gastrite ou se ela encontra nos indivíduos com a doença o ambiente ideal para se desenvolver.
Mas são vários os fatores que contribuem para o surgimento da gastrite.
• Uso prolongado de ácido acetilsalicílico (AAS) e de anti-inflamatórios
• Tabagismo (o cigarro impacta o sistema digestivo)
• Consumo excessivo de bebidas alcoólicas
• Gastrite autoimune (quando o sistema imune produz anticorpos que agridem o próprio organismo)
• Maus hábitos alimentares
O diagnóstico da gastrite dever ser realizado pelo médico gastroenterologista, após exame clínico, análise do histórico do paciente e da família.
É recomendada a realização de endoscopia, exame que permite avaliar o grau de inflamação no estômago e verificar a presença de úlceras ou tumores.
Em caso de suspeita o médico vai coletar material durante o exame para a biópsia em laboratório.
O tratamento de gastrite é baseado nas causas que estão agredindo o estômago.
Quando necessário, são indicados antiácidos, antibióticos e outros medicamentos para ingestão via oral, sempre sob prescrição médica.
Mesmo quando há úlceras, é rara a necessidade de cirurgia, é possível aplicar medicamentos para tratá-las por meio da endoscopia.
Adotar hábitos saudáveis também é fundamental para se livrar da gastrite.
O ideal é dar preferência a frutas, verduras, legumes e carnes magras; não fazer intervalos grandes entre as refeições.
Não deixe de consultar o médico caso esteja sentindo os sintomas da gastrite ou qualquer desconforto ao se alimentar.
Saiba mais sobre o Dr. Amorim e agende uma consulta! E se você quer receber conteúdos como esse, só se cadastrar na nossa newslleter.
Não adie a consulta ao médico. Tratar o problema na fase inicial é bem mais fácil e evita muita dor.
Por Alexandre Tsuji Amorim, cirurgião geral e gastroenterologista
As hemorroidas são veias dilatadas ou inflamadas ao redor do ânus ou no reto, portanto podem ser externas ou internas.
O assunto ainda é um tabu, algumas pessoas têm vergonha até de procurar o médico, apesar da hemorroida ser um problema muito comum.
No Brasil não temos dados oficiais, mas a Sociedade Brasileira de Proctologia estima que a doença atinge até 50% da população.
Um dos fatores que faz com que a incidência seja tão alta é o estilo de vida.
Obesidade, sedentarismo, pouca ingestão de água e descuidos alimentares favorecem o aparecimento de hemorroidas.
Os sintomas de hemorroida são muito desagradáveis e pioram ao longo do tempo.
Por isso recomendamos procurar o gastroenterologista e iniciar o tratamento o quanto antes.
Veja os sinais mais comuns.
• Coceira na região anal porque o inchaço das veias aumenta a tensão sobre as terminações nervosas.
• Sangramento devido o rompimento de veias anais, perceptível no papel higiênico e nas roupas íntimas.
• Dor ou ardência após ou durante a evacuação.
• Saliências palpáveis no ânus.
Diversos fatores contribuem para o desenvolvimento de hemorroidas.
Alguns podem ocasionar um problema pontual, como no caso de mulheres que têm hemorroida no final da gestação e depois do parto melhoram.
Mas há casos em que a doença se torna crônica.
Listamos abaixo os principais fatores de risco.
• Obesidade
• Idade acima de 50 anos
• Prisão de ventre frequente
• Histórico familiar
• Gravidez
• Uso crônico de laxantes
• Passar longos períodos sentado
O diagnóstico de hemorroida é realizado em consultório pelo médico gastroenterologista ou proctologista.
O exame da região anal para detectar alterações pode ser realizado com toque retal ou anuscópio, um aparelho que mostra as condições da mucosa do reto.
O exame normalmente é indolor, caso haja inflamação pode causar algum desconforto e pequeno sangramento.
Recomenda-se estar em jejum e evacuar antes para não se sentir tão incomodado durante o exame.
Procurar o médico especialista é importante também para descartar outros problemas.
Hemorroida não causa câncer, mas o sangramento anal é um sintoma comum às duas doenças.
Em alguns casos, o médico pode achar necessário realizar exame de colonoscopia que revela a condição dos intestinos por meio da introdução de sistema ótico.
O procedimento exige sedação.
Em fase inicial de doença hemorroidária a adoção de hábitos saudáveis pode ser o suficiente para uma boa melhora. Tomar bastante água, consumir muitos vegetais ricos em fibras.
Praticar exercícios regularmente são medidas extremamente importantes para melhorar a digestão e facilitar a evacuação. Lembrando que a prisão de ventre, só piora o problema.
Se essa mudança na rotina do paciente não surtir o efeito esperado para controlar a doença, o médico pode recomendar o uso de pomadas, supositórios ou até mesmo realizar procedimentos para eliminar as veias inflamadas.
O estrangulamento das veias inflamadas, chamado de ligadura elástica, é realizado no consultório, com anestésico, e pode ser uma alternativa.
Ou, em último caso, a cirurgia tradicional.
Cuidados
• Evite usar papel higiênico, lave-se após a evacuação e seque com toalha
• Não fique muito tempo sentado no banheiro tentando evacuar
• Não adie a evacuação quando sentir vontade
• Faça banhos de assento com água morna
• Use compressa de gelo em caso de crise
• Tome muita água para facilitar a evacuação
• Evite bebidas alcóolicas
• Se movimente, faça intervalos para andar um pouco, mesmo em horário de trabalho
Para consultar com o Dr. Alexandre morim você pode entrar em contato com o atendimento da QualiMedi
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