Ansiedade e depressão precisam ser tratadas.
Por Roberta Gobeti Delgado, geriatra
Muito antes da pandemia em 2020, os dados sobre o número de pessoas sofrendo com doenças emocionais já eram muito preocupantes.
Com o isolamento social, necessário para reduzir o risco de contágio pelo novo corona vírus, a situação só piora e exige mais atenção dos governos e da sociedade em geral.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) 1 bilhão de pessoas têm algum transtorno mental.
A depressão, especificamente, atinge 322 milhões de habitantes do planeta e a ansiedade pode ser um sintoma. Estima-se que 9,3% dos brasileiros são ansiosos e 5,8% estão deprimidos.
E, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na faixa etária de 60 a 64 anos, o índice quase dobra, chega a 11,1%.
Desinformação, desamparo dentro da família e das políticas públicas, avaliação inadequada, além do estigma da doença, atrasam o diagnóstico e o acesso a tratamentos.
Menos da metade dos doentes no mundo está sendo tratada.
As doenças emocionais já estão no topo das justificativas de ausência no trabalho. É um caso de saúde pública.
O tratamento devolve vida normal, evita o desenvolvimento de outras doenças e afasta o risco de quadros graves que podem levar ao suicídio.
Não subestime o medo que paralisa, nem a tristeza que demora a passar.
Converse com o geriatra para receber orientação, peça ajuda.
A ansiedade prejudica diretamente as atividades do dia a dia.
A pessoa tende a focar em vários assuntos ao mesmo tempo. Quando não atinge o resultado esperado, fica frustrada e a ansiedade piora.
Ela se perde num ciclo vicioso, perseguindo sempre novos resultados, novos objetivos e nunca chega ao final desejado.
O transtorno de ansiedade pode provocar medo exagerado e inexplicável, levando a crises de pânico, fobias e isolamento.
É comum que esse problema emocional tenha consequências físicas como taquicardia, falta de ar e tontura, por exemplo.
O desequilíbrio emocional atrapalha o desempenho no trabalho e nos relacionamentos pessoais, gerando angústia e até a depressão.
Muitos doentes demoram a perceber que precisam de ajuda e sofrem várias consequências negativas para a saúde.
O sono piora muito com a depressão e o paciente pode ter perda de memória de curto e longo prazo e desenvolver doenças graves.
Quando não tratada, a depressão pode levar até ao suicídio.
As doenças emocionais geralmente são causadas por uma combinação de fatores sociais, biológicos e psicológicos. Quem passou por um grande trauma tem mais chance de ficar deprimido.
Pesquisas também indicam relação entre doenças físicas e emocionais.
Problemas cardiovasculares podem levar à depressão. O contrário também acontece.
Há vários tipos de transtornos de ansiedade e diferentes graus de depressão.
O tratamento adequado pode envolver mudança de hábitos, terapia, medicamentos antidepressivos ou uma combinação desses recursos. Sempre com cautela e supervisão de especialistas.
Esteja atento aos seus pensamentos e emoções, cuide de quem você ama observando as mudanças de comportamento.
Converse!
Viver com mais equilíbrio e alegria é possível. Busque ajuda profissional para enfrentar a ansiedade e a depressão.
Fontes: Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização Pan-Americana de Saúde, Instituto Brasileiro de Estatísticas (IBGE).
https://www.paho.org/pt/topicos/depressao
https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5354:aumenta-o-numero-de-pessoas-com-depressao-no-mundo&Itemid=839
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