Aprenda a reconhecer os sintomas dos distúrbios mais comuns da glândula tireoide.
Por Moacir Godoy, endocrinologista
A glândula tireoide é extremamente importante para o equilíbrio de todo o nosso organismo.
Pesa entre 15 e 20 gramas apenas e está localizada na base do pescoço.
Ela produz os hormônios que regulam o metabolismo das nossas células influenciando na nossa disposição, humor, capacidade reprodutiva, funcionamento intestinal, dentre outros.
Os problemas mais frequentes relacionados a tireoide são o hipotireoidismo e o hipertireoidismo.
O hipotireoidismo é o mais comum e ocorre quando a produção de hormônios na tireoide é baixa ou inexistente.
Já no hipertireoidismo, que é mais raro, acontece o contrário. Há uma produção elevada de hormônios tireoidianos.
Os distúrbios incidem mais em mulheres, podem ser congênitos ou desenvolvidos ao longo da vida.
Os exames que detectam o desequilíbrio hormonal devem ser realizados ao menos uma vez por ano.
Principalmente nos grupos de risco como gestantes, mulheres em fase reprodutiva, pessoas com histórico familiar de doença na tireoide e crianças que estão crescendo lentamente.
O endocrinologista faz o diagnóstico de hipotireoidismo ou hipertireoidismo baseado no exame clínico e no exame de sangue que mede os níveis hormonais do paciente.
Em alguns casos, o médico pode solicitar também um ultrassom para visualizar a tireoide e descartar a presença de nódulos.
Quando há algum desiquilíbrio na produção de hormônios tireoidianos, o T3 e o T4, a hipófise, glândula que fica no cérebro.
Ela regula várias outras glândulas do nosso corpo, aumenta ou diminui a produção de TSH, o hormônio que estimula a tireoide.
Por isso, níveis elevados de TSH e baixos dos hormônios tireoidianos caracterizam o hipotireoidismo.
Quando o desequilíbrio hormonal ainda não está acentuado, os sintomas podem passar despercebidos, é importante prestar atenção aos sinais do corpo.
Se não tratada, a alteração na produção dos hormônios tireoidianos compromete bastante a qualidade de vida.
Os sintomas de hipertireoidismo e hipotireoidismo são bem diferentes. Compare.
Hipotireoidismo
• Cansaço
• Depressão
• Sonolência
• Diminuição da frequência cardíaca
• Alterações no ciclo menstrual
• Prisão de ventre
• Pele seca e fria
• Unhas quebradiças
• Voz mais grossa
• Intolerância ao frio
Hipertireoidismo
• Emagrecimento
• Taquicardia
• Mãos trêmulas
• Agitação e irritabilidade
• Insônia
• Suor abundante
• Intolerância ao calor
Diversos fatores influem na produção hormonal e devem ser investigados para definir a melhor forma de tratamento. A Tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune que provoca a diminuição da tireoide, pode ser a causa do hipotireoidismo.
O distúrbio também pode estar relacionado a deficiência ou excesso de iodo na alimentação.
Já entre as causas do hipertireoidismo está a Doença de Graves que é hereditária e ocorre quando um anticorpo no sangue estimula a produção elevada de hormônios tireoidianos.
É preciso descartar ainda a presença de nódulos na glândula tireoide.
O tratamento para hipotireoidismo é a reposição do hormônio que a tireoide deixou de fabricar.
Casos de cura são raros, por isso o medicamento é quase sempre para toda a vida, mas é um tratamento é muito eficaz.
Para tratar o hipertireoidismo, o médico pode prescrever medicamentos, iodo radioativo ou recomendar cirurgia.
Vai depender da causa e do estágio da doença.
Confirmado o diagnóstico de hipotireoidismo ou hipertireoidismo, é fundamental começar a tratar o quanto antes. Entre as complicações causadas por esses distúrbios hormonais estão osteoporose, infarto, arritmias e pressão alta.
Por isso não deixe de consultar o endocrinologista em caso de sintomas ou para fazer exames de detecção precoce.
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